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ZH CASA E CIA - DIA DOS NAMORADOS

12/06

 

Como foi criar a dinâmica de ser um casal e sócios ao mesmo tempo?
Muitos clientes tem essa curiosidade, como diz a máxima: ou dá muito certo ou muito errado, no nosso caso deu certo. Ao mesmo tempo em que tínhamos afinidades no estilo de vida, nos completávamos profissionalmente. Enquanto um tinha maior experiência em Arquitetura de Interiores, que possui uma escala e detalhamento específico, o outro trazia a bagagem dos projetos de grande porte, do gerenciamento e do acompanhamento de obras.
Como qualquer relação, seja ela pessoal ou profissional, é sempre um desafio feito de muito aprendizado. Manter o respeito mútuo, saber ouvir e partilhar as idéias do outro que, as vezes, são antagônicas é um dos pontos-chave para ser bem sucedida.

Hoje, como é a divisão no escritório?
Fazemos questão de os dois estarem presentes no primeiro contato com o cliente, para captarmos melhor quais são suas necessidades e seus anseios.
Com o briefing montado, nos reunimos no escritório para um brainstorm, definindo o conceito e premissas que irão nortear o projeto. Desenvolvemos opções de layout e a partir deste ponto definimos o arquiteto responsável e sua equipe para desenvolver aquele trabalho, tendo sempre a troca de idéias ao longo do processo. Desenvolvemos o projeto em 3D, e isso é fundamental para a compreensão do conceito, dos detalhes e também para o entendimento por parte dos clientes.
Nossa visão é de uma assistência total ao cliente, que se inicia no projeto, se estende pela execução com o acompanhamento da obra e finaliza com a ambientação.
A Roberta tende a desenvolver mais o detalhamento de interiores, enquanto o Bernardo faz mais o acompanhamento das Obras, mas não é uma regra.
Cada cliente é exclusivo assim como as soluções adotadas. O estilo e as aspirações são respeitadas para criar a atmosfera desejada. Isso faz com que o escritório seja desafiado a cada novo projeto!

Como é chegar em casa e deixar de lado os assuntos de trabalho?
É fundamental e até automático já. Criamos uma rotina para termos um momento com o nosso filho pequeno. O corredor de acesso do apartamento, que é também nossa biblioteca, se transforma em um local para "despir o profissional" . Todos nós tiramos os sapatos, largamos as pastas, chaves e casacos e curtimos o tempo em família.
O fato de termos escritório fora de casa é muito importante pois é salutar fazermos esta divisão. Mas a arquitetura é um ponto comum, gostamos do que fazemos e é inevitável falarmos disso, assistir algum documentário ou série juntos, afinal a arquitetura nos uniu não é mesmo?

Como é a rotina no apê? Como esses espaços foram pensados em termos de layout?
O apartamento passou por uma grande transformação após o adquirimos. Antigo e de pé-direito alto, necessitava de uma reforma geral e modernização pois sua construção data da década de 50. Integramos a cozinha ao estar e jantar com a abertura da parede, projetando ali um tampo que serve ao mesmo tempo de copa e apoio / buffet para a mesa de jantar. Hoje é um dos espaços mais utilizados, pois possibilita a interação das pessoas nos dois ambientes e muitas refeições acontecem ali. 
A cozinha, o estar e o jantar são unificados por uma prateleira superior que limita a altura de todos os móveis destes ambientes. Na parede do jantar o grande painel de espelho oculta, quando aberta, a porta de correr em laca branca e abriga a mesa de jantar desenhada pelo escritório (em laca branca e vidro temperado -150x90cm acomoda 05 pessoas). Contiguo acontece o estar que recebeu painel em melamina madeirada onde está locada a tv e se estende para a cozinha conformando o móvel que abriga a geladeira e zona do micro-ondas. A poltrona charles eames em couro branco conforma a zona de leitura emoldurada pelos objetos de decoração e quadros que são lembranças de viagens feitas ao longo destes anos juntos. O quadro John boy, por exemplo , era um jogo americano de um restaurante maravilhoso que conhecemos por acaso dentro de um dos tantos mercados públicos de Barcelona .
O corredor de acesso virou o xodó da casa, onde projetamos uma biblioteca em laca amarela, composta por prateleiras com desenho único e um aparador com gavetas. A parede foi revestida com papel de fundo grafite com grafismos dourados de árvores, trazido de uma viagem à Londres . A composição se complementa com dois pufes em madeira peroba rosa, tradicional de Minas Gerais e 3 cabideiros Laço na cor cinza da designer gaucha Ilse Lang. a Porta de correr revestida com espelho oculta o acesso à cozinha.

O que vocês notaram que era mais diferente em fazer a casa de vocês? 
O fato de sermos dois arquitetos e nenhum cliente, isso implica em fazermos uma auto-interpretação e definir o projeto ideal. Não foi simples, cada um tinha suas visões e não tínhamos um mediador. Então resolvemos que um de nós tocaria o projeto e outro faria o papel do cliente, tanto para conseguirmos desenvolver, detalhar e fazer os orçamentos, funcionou!

Principais materiais dos ambientes
O piso é laminado da Tarkett, o painel madeirado é melamina masisa elmo suíço , e o branco no estar é laca acetinada branca e na cozinha melamina branco diamante da Duratex, que tem o mesmo aspecto da laca porém é mais resistente (riscos/ batidas) para esta zona funcional.
As paredes são pintadas em tinta acrílica acetinada sherwin williams pearly white

entrevista: Renata Maynart